Há um ditado comum nas equipas desportivas — “ O Exercício cura as lesões crónicas, o Tratamento cura lesões agudas”. Isto significa que o tratamento das lesões desportivas agudas depende dos médicos e dos medicamentos, enquanto as lesões crónicas exigem exercícios de treino científico de elevada qualidade. Por outras palavras, as lesões desportivas crónicas têm de ser tratadas através de exercícios baseados na importância dos sintomas, nas patologias pós-traumáticas, nas características pessoais de recuperação e elementos de diagnóstico individual com avaliação clínica.
A implementação dos exercícios de reabilitação deve ser efectuada com a colaboração de três elementos: o médico que propõe os princípios dos exercícios, o treinador ou terapeuta que elabora o plano de treino e o atleta que o executa. Devem ser levadas a cabo avaliações semanais da lesão e da condição atlética do lesado, para averiguar o progresso da reabilitação e implementar ajustamentos caso seja necessário.
O conteúdo e a organização do treino devem seguir os pontos abaixo indicados:
1. Os movimentos incorrectos devem ser corrigidos. Muitas das lesões desportivas crónicas, que sofrem de longa recuperação resultam destes movimentos incorrectos durante os treinos regulares;
2. Os movimentos técnicos devem ser alterados, e desenvolvida uma prática de função compensatória. Dependendo da lesão do atleta, deve ser ajustado o treino e aumentados os treinos da força periférica para aliviar a dor resultante do esforço;
3. Reforçar o treino de força na parte lesionada, de modo a assegurar a estabilidade das articulações e desenvolver a função compensatória;
4. Realizar treinos destinados a remover aderência e melhorar a circulação sanguínea;
5. Realizar treinos para melhorar a mobilidade das articulações;
6. Realizar treinos de coordenação de força. A coordenação do desequilíbrio na força muscular nos músculos agonistas e antagonistas reduzirá a tendência de lesões musculares;
7. Corrigir as deformidades nos treinos. Atletas que praticam tiro, arco e flecha e outros desportos semelhantes são susceptíveis de sofrer de escoliose devido à utilização excessiva de uma parte do corpo durante um longo período de tempo. Frequentes dores de costas podem afectar a progressão do treino e o desempenho. Devem ser criadas diferentes práticas de modificação para a reabilitação da escoliose de acordo com as suas características e a curvatura.