Os Jogos de Arafura 2007 realizaram-se em Darwin, Austrália, no período de 12 a 19 de Maio de 2007, registando a participação de mais de 3000 atletas oriundos de 32 Países e Territórios de diferentes partes do mundo, competindo em provas de 30 modalidades. Sendo esta a 7ª. participação da delegação de Macau neste evento, que foi composta por 165 elementos como atletas, treinadores, membros do secretariado e equipa médica, participando em 13 modalidades: badminton, basquetebol, bowling, ciclismo, desporto para deficientes (atletismo, ténis de cadeira de rodas e natação), futebol, golfe, hóquei em campo, squash, ténis de mesa, ténis, triatlo e voleibol.
A atleta de voleibol Ng Yu Tong efectuou o juramento em representação dos atletas
A cerimónia de Abertura dos Jogos realizou-se no dia 12 de Maio, no Estádio TIO, com a participação do Chefe da Delegação de Macau Vong Iao Lek. Na Cerimónia, a delegação de Macau, dirigida pelo porta-bandeira – atleta de squash de Macau Armando Amante, deu entrada no Estádio, e foi calorosamente recebida pelos espectadores, convidados e participantes.
Ainda mais, nesta edição, a comissão organizadora nomeou a atleta de voleibol de Macau Ng Yu Tong para efectuação de juramento em representação de todos os atletas participantes, traduzindo que Macau está cada vez mais reconhecida pela comunidade desportiva internacional. A atleta Ng Yu Tong, após saber que foi nomeada para representante dos atletas ficou admirada e disse que: “nunca pensei ser a representante dos atletas para fazer o juramento, quando recebi a informação, fiquei nervosa e contente ao mesmo tempo, sendo esta uma muito boa experiência da minha vida para mim, mas também tenho medo que não consiga fazer e deixar uma boa imagem para RAEM.” E por fim, Ng Yu Tong terminou com sucesso a missão, e a sua atitude no palco foi muito apreciada por todos.
Após os excelentes espectáculos e a cerimónia de abertura dos Jogos, passou-se ao início das competições de 9 dias dos Jogos de Arafura 2007.
A atleta feminina de triatlo de Macau Hoi Long conquistou a primeira medalha de ouro para a delegação de Macau
Nos nove dias de competição, os atletas de Macau demonstraram sucessivamente os resultados dos seus treinos, conquistando 8 medalhas de ouro, 14 de prata e 20 de bronze, num total de 42 medalhas. A atleta que conquistou a primeira medalha de ouro para a delegação foi a atleta de triatlo Hoi Long, vencendo na categoria de 20 – 24 anos, e classificando-se no segundo lugar da classificação geral.
A conquista desta medalha não foi fácil, esta modalidade que abrange grande exigência de preparação física, técnica e resistência, pode considerar-se um grande desafio de preparação física dos participantes, por que os atletas necessitam de nadar primeiro 1.5 km, e andar 40 km de bicicleta e por fim correr 10 km. Embora seja assim, no entanto a atleta Hoi Long durante a competição, não foi apenas a segunda atleta a cortar a meta, ela até concluiu a prova mais cedo do que muitos atletas masculinos estrangeiros, e não foi fácil de notar que esta atleta de triatlo possui deficiências auditivas. O treinador japonês Ando Kenda disse que, a selecção de triatlo procede diariamente a treinos de natação, de ciclismo e de corrida, e a atleta Hoi Long perante a sua deficiência auditiva, e pressões de trabalho e de estudos, insiste em aguentar igual quantidade de treinos como os rapazes, e ela poucas vezes falta ou chega atrasada aos treinos, mesmo com mau tempo climático, as suas demonstrações nunca foram inferiores às dos rapazes.
Durante os treinos e competições, Hoi Long sempre demonstrar grande espírito e vontade psicológica de competir e grande resistência, e também o seu amor por esta modalidade. E mais, a sua força e vontade de ultrapassar as dificuldades, é o que cada uma das pessoas deve imitar.
Os atletas deficientes sentem a amizade que ultrapassa as fronteiras das línguas
A equipa dos deficientes conquistou nesta edição dos Jogos de Arafura, um total de 5 medalhas de prata e 1 de bronze. A atleta Kong Sio Ieng que conquistou 2 medalhas de prata e 1 de bronze em atletismo disse: “estou muito contente por conseguir conquistar medalhas e dar o meu contributo à RAEM, quero agradecer ao governo da RAEM e ao Instituto do Desporto por darem oportunidades e suporte aos deficientes, e agradecer também aos treinadores que diariamente dirigem os nossos treinos”.
O que conduz os atletas deficientes a ficarem mais contentes e poder competir com os atletas deficientes de diferentes partes do mundo, levando a que eles sintam que neste mundo, ainda existem muitos pessoas que são como eles, e poderem através das competições, fortificar-se continuamente. Por isso, embora eles tenham diferentes cores da pele, falam diferentes línguas, mas durante as competições, eles encorajam-se uns aos outros, e as excelentes demonstrações dos outros atletas conduzem os atletas de Macau á ter mais força e vontade de competir. No momento de distribuição de prémios, os atletas abraçam-se uns aos outros, e esta atitude ultrapassa as fronteiras da língua que os separa, e este ambiente de amizade já ultrapassa também o ambiente de competição das provas.
E mais, a aceitação e a grande preocupação demonstradas pela sociedade e pela população daquele local marcaram uma profunda imagem nos atletas e deficientes de Macau. Na Austrália, muitos dos autocarros tem lugares próprios para deficientes, e a população também respeita imenso os deficientes, e os atletas poderão sentir a amizade demonstrada dada pela população. E poder competir e treinar no mesmo local com os atletas normais, também conduz os atletas deficientes a terem mais auto-confiança, e acreditarem que eles mesmos poderão voltar para a sociedade.
A equipa de ciclismo teve uma boa lição com fortes adversários
Os resultados da equipa de ciclismo de Macau não foram tão bons como na edição passada, o chefe da equipa Ieong Cheong Seng disse que foi devido ao erro de avaliação dos níveis dos adversários. “Antes da partida, julgamos que os adversários deste evento não seriam muito fortes, por isso psicologicamente não estávamos preparados,só depois da chegada ao local de competição é que soubemos que várias fortes equipas da Europa estavam presentes neste evento, a equipa da Malásia também enviou bons atletas para participar na prova, e a, Austrália também é forte nesta modalidade, pelo que de repente surgiu elevada competição nesta prova, prejudicando assim o nosso plano”.
Nesta competição a maior surpresa foi a nova e única atleta de Macau Che Un Teng, ela na prova de estrada de 96 km classificou-se em 3º. lugar. E isto não foi fácil para uma nova atleta que apenas praticou dois anos nesta modalidade, foi inacreditável até para os seus colegas e treinadores da equipa. Mas o chefe da equipa Ieong Cheong Seng acha que ela ainda tem muita coisa que necessita de melhorar: “ela tem talento, mas necessita de mais experiências e melhorar as condições psicológicas, como por exemplo ela numa prova de contagem de tempo, no meio da competição, devido a que achou que nao consegua classificar-se nos primeiros três lugares, relaxou-se psicologicamente, mas quando ela cortou a meta, é que soube que a diferença com a atleta de 3º. lugar era apenas de 7 segundos, por isso com um peoueno esforço teria a oportunidade de ultrapassar a atleta do 3º. lugar. Mas esta competição foi uma muito boa lição para ela, desejo que ela possa ganhar experiências nesta competição, auto-avaliar-se, e alcançar um nível competitivo mais elevado”.
Os atletas de squash aprendem através das derrotas
A equipa de squash não conseguiu alcançar quaisquer prémios nas provas desta edição, mas não foi uma má experiência para os dois novos atletas Lao Chi Hang e Fong Tek Kei, eles conseguiram alcançar imensos benefícios neste evento: “Nós nunca tinhamos participado em eventos internacionais de grande envergadura como este, e quando competimos pela primeira vez com os atletas estrangeiros, tivemos muito medo, já não falamos em ganhar pontos, parece-nos que competir com eles também nos dificulta”. Esse dois novos atletas aperceberam-se de que necessitam de ultrapassar esta barreira, caso contrário, nunca poderão subir aos palcos internacionais. Por isso, nos jogos seguintes, eles esforçaram imenso para dominar a pressão surgida nas competições, e por fim conseguiram.“Após vários jogos, esses dois atletas habituaram-se ao ambiente de competição, e dominaram também as suas pressões, e nos últimos jogos, já conseguiram ganhar pontos junto dos seus adversários.”
E os dois experientes atletas da equipa Armando Amante e Chan Chak In disseram que eles também tiveram este tipo de experiências de aprender através de derrotas, e acham que as derrotas não são importante, o mais importante é conseguir aprender através delas. E eles desejam que na próxima edição, possa haver mais atletas jovens para competirem neste evento, a fim de ganharem mais experiências em eventos internacionais, dando o primeiro passo para serem bons atletas.
Os atletas jovens da equipa de voleibol cresceram durante as competições
A equipa masculina e a equipa feminina de Macau participantes na prova de voleibol desta edição foram compostas por atletas jovens, e um deles é o atleta Leong On Tek que venceu o prémio de melhor central do evento.
Leong On Tek quando fala sobre a sua participação nos jogos como titular, diz contentamento que: “antigamente em muitas provas, era apenas suplente, e desta vez pude competir como titular, junto com os colegas, sinto-me muito contente, e daí descobri que, competir no jogo ou sentar-me nas cadeiras de reserva é totalmente diferente.” Através da competição, Leong On Tek apercebeu-se que, só com técnicas individuais não será suficiente para ajudar a equipa vencer, caso queira vencer a competição, será necessário demonstrar estratégias colectivas e obedecer às indicações do treinador, por isso ele apercebeu-se que no futuro necessita de treinar ainda mais, e conduzir durante as competições os seus colegas a demonstrarem os seus próprios níveis.
O chefe da equipa Che Tai Kuan, e os treinadores Sou Tong Man e Ng Wai Keong, estão satisfeitos pela conquista de uma medalha de bronze por cada uma das equipas: “a equipa de voleibol tem sempre enviado as equipas mais fortes para participarem nos Jogos de Arafura, mas devido a que nos últimos anos, nos concentramos na formação de jovens atletas, julgamos que este evento seria uma boa oportunidade para esses novos atletas ganharem experiência em eventos internacionais, por isso, nesta edição utilizámos vários atletas jovens. E devido a que o nível das equipas participantes foi muito equilibrado, os nossos atletas puderam aprender imenso durante as competições, e não como antigamente competir com as equipas fortes, sem oportunidade de lutar e de aprender. E nas provas de voleibol, a vitória depende da vontade da equipa durante os jogos, e os atletas também podem aprender como dominar as pressões e dificuldades surgidas durante a competição. E nas competições equilibradas, caso se consiga criar um espírito de luta e de confiança, será muito importante para o crescimento de um atleta ou de uma equipa”
Conclusão
Essas foram as palavras e sentimentos dos atletas, dirigentes e treinadores que participaram nos Jogos de Arafura 2007, existem ainda outros que não foram possíveis mencionar. Eles conseguiram muitas coisas através desta participação, uns conquistaram medalhas e honras, outros demonstraram os seus talentos durante as competições, intensificando a sua auto-confianças, e ainda outros que ganharam amizade com outros atletas, e os atletas jovens ganharam experiências neste evento, elevando a sua condição psicológica e o seu nível competitivo, e criando tambem auto-confiança entre os colegas da equipa, e assim uma forte base para serem futuramente atletas de elite. Sem ter em atenção se os resultados foram bons ou maus, ou quantas medalhas foram conquistadas, de certeza esta participação é considerada já uma grande conquista para todos eles.