Macau sobe ao grupo A, Catalunha ficou de fora
Uma pré-votação logo a abrir os trabalhos da reunião que decorreu a 26 de Novembro último em Fresno, na Califórnia, fez cair a possiblidade da entrada da Catalunha na família do hóquei patinado mundial vir sequer a ser levada a votos. Por 114 votos a favor, 9 contra e 4 abstenções o Comité Central da federação decidiu retirar da agenda de trabalhos a votação, que poderia ratificar ou chumbar a entrada da Catalunha. Perante este cenário o presidente da FIRS, o catalão Isidro Oliveras, apresentou a sua demissão do cargo. Com o afastamento dos Catalães, a Inglaterra, treinada pelo português José Carlos Amaral foi consagrada vencedora do Mundial B, Andorra é a nova vice-campeã, e Macau terminou a prova no terceiro lugar. São estas três formações as promovidas.
Afinal, ainda é tempo
A preparação, o entedimento entre autoriadades e associação, a realização e a conclusão deste mundial B por Macau servem para provar que afinal a modalidade - e tal como prometeram os seus dirigentes - está mesmo a renascer das cinzas. Os primeiros sinais de que o hóquei estáva de volta começaram a ser dados há dois anos e meio, mais mês, menos mês. Um novo impulso também iniciado pela base, como as boas casas devem ser construidas. Nomeadamente com o lançamento das escolas da Casa de Portugal. E com o revitalizar do campeonato local. E há esse peso e responsabilidade de pais e professores em incentivarem, deixarem, falarem, levarem os filhos ao hóquei. Foi bom de ver toda aquela pequenada nas cerimónias de encerramento e de abertura, sobertudo. Foi importante pô-los em contacto com o sentir o hóquei. Porque são eles que asseguram o futuro da modalidade. Nos campos da decisão, e é preciso tomar decisões importantes e muito curto prazo, surge a figura tiutelar do Instituto do Desporto (ID). Acreditamos que não é fácil mudar de um momento para o outro vícios do passado. Coisas que estavam mal estruturadas. Que não tinham sido devidamente faladas. Mas a verdade é que, ao falar com pessoas de um e outro lado, do Instituto do Desporto e da Associação de Patinagem, lhes noto uma vontade grande de trabalharem juntos. Nem sempre nos entendemos, mas quanto mais se ouvir e conversar, mais se pode concretizar. Tenho o prazer de conhecer relativamente bem Alex Vong, o Presidente Substítuto do ID. E sei-o sincero quando diz em praça pública, e fê-lo por mais de uma vez nos últimos meses, que há intenção e vontade política em dar condições para que o hóquei em patins floresça. Foi nesse âmbito que o Instituto do Desporto financiou a vinda para Macau de dois jovens (Pedro Almeida e Hélder Ricardo), com o intuito principal de dar formação aos mais míudos. E para jogar hóquei, também.
Desportivamente este foi o ano de ouro de Macau. No curto espaço de 3 meses, a equipa conquistou o asiátco, ganhou ao campeão do mundo B em título (Andorra), e conseguiu a sua melhor classificação de sempre em mundiais. Pelo meio a eleição de António Aguiar para a vice-presidência do hóquei patinado mundial. A fechar o reconhecimento de dois novos árbitros locais como internacionais B. Razões de sobra para se olhar para o futuro com grande optimismo. Para que se capitalizem todos estes feitos e todas as vontades que dão sinais de existirem e de serem genuínas. Quanto aos resultados desportivos, Macau ganhou o seu grupo com quatro vitórias frente `República Popular da China, China Taipé, Nova Zelândia e por surpreendentes 3-2 contra a favorita Andorra, a campeã do mundo do grupo 'B' em título. Nos quartos-de-final Macau ganhou facilmente a uma fraca selecção austríaca por 6-4. Mas nas meias-finais cruzou-se um gigante chamado Inglaterra, equipa que tem andado num sobe-desce entre os grupos A e B. Os ingleses ganharam por 6-2, mas o resultado é algo enganador. A primeira parte foi muito equilibrada, as equipas chegaram a estar empatadas a dois, mas a maior frescura física dos ingleses (tinham um banco com maiores recursos) acabou por ditar o desfecho a favor da equipa visitante. No jogo de apuramento para o terceiro lugar, Macau voltou a ter pela frente os mesmos andorrenhos a quem tinham ganho na fase de grupos, mas desta vez a equipa da europa defendeu-se melhor porque trazia a lição mais bem estudada. Ainda assim, Macau conseguia em campo a sua melhor classificação de sempre, o quarto lugar, que acabou por ser promovido a terceiro, depois da não ratificação da entrada da Catalunha, e o anulamento dos resultados obtidos pelos catalães no campeonato realizado em Macau. O pódio final, depois das decisões do Congresso de Fresno, ficou assim ordenado: Campeão do Mundo: Inglaterra; Vice-Campeão Mundial : Andorra; Medalha de Bronze: Macau. Estas três selecções são promovidas ao Grupo A cujo próximo mundial se realiza em Agosto do ano que vem nos Estados Unidos.